Parabéns a todos nós, Psicólogas e Psicólogos!
Estamos comemorando, na verdade, o aniversário da Lei 4.119/1964, que regulamentou a profissão. Profissão que, inicialmente, procurou compreender o homem em sua individualidade, em seu processos psíquicos de inquietações e angústias. Hoje, mais de 40 anos da data de regulamentação da profissão, a busca é por uma compreensão do homem como ser biopsicossocial, como um ser coletivo e sócio-histórico. A psicologia encontra-se entrelaçada às diversas questões sociais e à execução de diversas políticas públicas. Estamos conseguindo expandir a nossa atuação para além dos consultórios privados e compor forças de saberes que lutam pela ampliação da cidadania e constituição de subjetividades autônomas. Somos psicólogos, é verdade, e principalmente pelo nosso papel de contribuir com a promoção de saúde mental, estamos diretamente envolvidos nas políticas públicas, na busca incessante de diminuição das desigualdades sociais, de empoderamento dos sujeitos e de construção de uma sociedade mais justa.
De Wundt para cá, muita coisa mudou e também muita coisa surgiu, muitos estudos estão compondo esse campo que, cada vez mais, é convidado a se inserir em espaços antes nunca pensados.
Parabéns a tod@s psicólog@s que têm compromisso com o seu trabalho focado na responsabilidade social!
Para refletir sobre nossa sociedade e o papel que nos cabe....
África Mãe (Poema Musicado)
Composição: Tim Maia
imagem retirada da internet: África mãe
Viemos de um mundo
Distante além
Do alto mar
Nos trouxeram sem permissão
Tivemos que ficar
Viemos de um navio
Sem a mínima condição
E aqui nos forçaram
A trabalhar, meu irmão
Mas eu insisto
Pois eu existo
Quero respeito, não abro mão
E sem nos dar a mínima
Ou estudar
Para que jamais ficássemos
Em condições igual
Humilhação, maus tratos
Surras, torturas sem igual
Quase total extermínio
De uma raça tão legal
Capaz, inteligente e sobretudo bonita
E os anos se passaram
E foram passando
E pouca coisa mudou
Mas eu insisto
Porque existo
Quero respeito, não abro mão
E pouca coisa mudou
Pois o povo
Que aqui foi trazido acorrentado
Ainda continua preso a condições
Ainda piores que no passado
Escravidão
Ainda é visível e constante
O preconceito, firme e ambulante
Mas eu insisto
Eu não desisto
Quero respeito, não abro mão
Pois em toda parte
O racismo existe
E quando isso existe
Fica tudo muito triste
Pobre, verdadeiro e cruel
E para que isto mude
Cada um tem que fazer o seu papel
Exigir respeito
Andar direito
Ser exemplar
Levantar o peito
Erguer a cabeça
E ter confiança
Formar lideranças
Para conduzir
Essa gente bela
Sem esperanças
Todas as aquarelas
Juntas em uma só cor
Agora essa casa é sua
Esse prédio, essa rua
Foi você quem construiu essa cidade
Esse país é nosso
Esse mundo é nosso
Ele é meu e ele é seu
É de todos nós
De todas as raças, cores
Credos, seitas e religiões
Mas eu insisto
Porque existo
Quero respeito, não abro mão
Temos que conviver juntos
Ecumenicamente
Pois agora somos todos irmãos
Morte e Vida Severina
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque sobre poema de João Cabral de Mello Neto
Imagem retirada da internet: morte e vida severina
Esta cova em que estás, com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho, nem largo, nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo, te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas à terra dada nao se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
(É a terra que querias ver dividida)
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas à terra dada nao se abre a boca